Secrets of time



“As rochas guardam o segredo do tempo,
fustigadas pelo sal e pelo vento,
mas sem ceder um milímetro da sua dignidade.”



Miguel Torga


(Eng)

There is something deeply magical about detailed, or intimate landscape photography. There is a huge difficulty in finding beauty where the common eye only sees chaos. It is like a visual whisper that hides amidst the vastness —a fragment of sea rock sprinkled with salt and time, a curve carved by the tides, a shy moss growing in the shadow of the sand. These little worlds, almost invisible, become protagonists when the lens gets closer. And suddenly, what was “just landscape” becomes poetry.

I deeply admire the work of other photographers, in their compositions, colors, and the sensitivity with which they capture the essence of the moment. There is an ease about them that seems unattainable to me, as if they see things that my eyes cannot reach. No matter how hard I try, no matter how much I search and photograph, I rarely feel like I've managed to create something "nice".

But perhaps that is where the beauty lies — not in the end result, but in the constant pursuit. In the act of stopping, observing, trying to find meaning and charm where many pass by without looking... I will definitely keep trying!

(Pt)
Há algo de profundamente mágico na fotografia de pormenor, ou de paisagem íntima. Há uma dificuldade enorme em encontrar beleza onde o olhar comum apenas vê caos. É como um sussurro visual que se esconde no meio da vastidão — um fragmento de rocha marítima salpicada de sal e tempo, uma curva esculpida pelas marés, um musgo tímido que cresce na sombra da areia. Esses pequenos mundos, quase invisíveis, tornam-se protagonistas quando a lente se aproxima. E, de repente, aquilo que era “apenas paisagem” torna-se poesia.

Admiro profundamente o trabalho de vários fotógrafos, nas composições, nas cores, na sensibilidade com que captam a essência do momento. Há neles uma facilidade que me parece inalcançável, como se vissem coisas que os meus olhos não conseguem alcançar. Por mais que tente, por mais que procure e fotografe, raramente sinto que consigo criar algo de “agradável”.

Mas talvez seja aí que reside a beleza — não no resultado final, mas na procura constante. No ato de parar, observar, de tentar encontrar sentido e encanto onde muitos passam sem olhar... vou sem dúvida continuar a tentar!

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